terça-feira, 22 de junho de 2010

Definições:



Fronteira: portal mágico que muda o status das pessoas e das coisas. Uma zona de transição, que pode libertar ou aprisionar. Pode antagonizar. Mas pode também integrar. Eis porque é sempre tão pertinente entender a sua dinâmica interna.
Fronteira, para quase todo mundo significa a linha limítrofe que demarca precisamente o fim de um território, de uma jurisdição, de uma cultura, de um saber, afirmando o início de outro. Fronteira é uma região, que envolve uma linha limítrofe. Região que pode ser geográfica, mas é, sobretudo, cultural e simbólica. Revela-se em sua materialidade, confundindo-se, na visão de muitos, com a própria linha limítrofe. O concreto, a barreira metálica, a torre de controle, o arame em farpas, os soldados de armas embaladas. Mas é antes uma construção simbólica, resultado de um devir histórico, de uma formulação cultural, de uma estratégia política. Um esforço descomunal de racionalização de um mundo onde fermentam múltiplos estímulos, cujo fluxo espontâneo sugere a muitos a sensação de caos. Como todo esforço de racionalização da realidade humana, ainda que tangível, é imperfeito, contraditório, artificial.
Adaptado do livro Fronteira Iluminada: História do Povoamento, Conquista e Limites do Rio Grande do Sul,
de Fernando Cacciatore de Garcia.

Fronteira: Limite físico de dois países estabelecido com o decorrer da história, pela ocupação populacional, acordo entre nações ou conquistas militares. Historicamente, a identidade nacional, definida por padrões étnicos, linguísticos ou culturais, foi um importante instrumento para a delimitação de fronteiras, mas processos como o colonialismo na África e no Oriente Médio levaram à formação de países com fronteiras artificiais, tomando como base originalmente os interesses de grandes potências que dominavam as regiões, e uniram povos diferentes, como no caso da Nigéria, ou dividiram ma única população em duas ou mais nações, como no caso dos curdos.
Almanaque Abril 2010, pg. 53